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O mestre espiritual SRI PREM BABA afirma que o NOVO CORONAVÍRUS é o REMÉDIO amargo que promoverá o AUTOCONHECIMENTO e a revisão das necessidades

PREM BABA VÊ PANDEMIA COMO OPORTUNIDADE PARA SE RECONECTAR COM A VIDA

September 14, 2020

Prem Baba, como o senhor vê o NOVO CORONAVÍRUS, que está matando milhares de pessoas e lançando a economia na pior recessão desde a segunda guerra?

R: Vejo essa PANDEMIA como uma guerra mundial. Porém, é uma guerra de nós com nós mesmos. É um grande desafio, uma oportunidade de despertar. Por mais dolorido que seja, é um presente, um elemento de uma revolução da consciência. Está desafiando nossos condicionamentos e crenças. Neste momento, estamos sendo forçados a nos isolar e a ficar conosco mesmos, com a nossa família em casa, revendo escolhas e decisões. Quem sabe, a partir daí, promoveremos mudanças que favoreçam a nossa evolução e a paz que tanto ansiamos. E que possibilitem que façamos uma revisão das nossas necessidades.

Por que estamos sofrendo essa crise, Prem Baba?

R: O que vivemos é um espelho de como estamos. Somos a realidade que queremos, temos o futuro em nossas mãos. Estamos vivendo o começo de uma transição planetária que está trazendo uma grande purificação e uma possibilidade de transformação. Se nós quisermos um resultado diferente, temos que mudar alguma coisa em nossa vida, em nossos hábitos, em nossos comportamentos, no jeito que escolhermos viver a vida. É um convite para abrirmos os olhos e enxergar a realidade de uma forma mais objetiva. Porque seria um grande desperdício se, após esse grande sofrimento, nós nos mantivéssemos os mesmos.

Prem Baba, a conscientização leva a essa possibilidade de transformação?

R: Sinto que esse NOVO CORONAVÍRUS é um elemento importante dentro da revolução da consciência. O elemento básico dessa revolução é o processo de expansão da consciência. O objetivo é se conhecer e enfrentar seus demônios internos. Temos uma percepção muito limitada da realidade porque somos reféns de condicionamentos mentais. Esse estado de identificação com a mente é como uma prisão. E só é possível nos libertarmos quando reconhecemos que estamos presos.

Como a pandemia pode nos ajudar a tomar consciência, Prem Baba?

R: O NOVO CORONAVÍRUS está fazendo com que a gente tome consciência da nossa escravidão do medo. A verdade, muitas vezes, é um REMÉDIO amargo, mas é um REMÉDIO de cura. Estamos em algum grau acessando a verdade. Entendo que a verdade nos liberta. Esse remédio pode ser um ingrediente importante nessa revolução da consciência. Ela acontece através do autoconhecimento que, por sua vez, começa com a conscientização de quem você acredita ser, onde você acredita estar. Muitas vezes, essa conscientização é chocante. Quando começamos a tomar consciência que nos colocamos numa prisão e que não sabemos como abrir a porta da cela, é muito desconfortável. Quando você descobre que a mente te usa e você não a usa, que você tenta a todo custo se livrar da mente condicionada, e não consegue, pode ser aterrorizante. O primeiro vislumbre da verdade muitas vezes aprofunda nossa fragilidade. E é só o princípio da autodescoberta.

Prem Baba, o senhor pode explicar como é o processo de autoconhecimento?

R: Você entra em contato com as capas que encobrem a verdade de quem você é e que estão atreladas ao tempo psicológico. Essas capas ou máscaras são formadas pelas experiências do passado e pelas nossas imaginações em relação ao futuro. Esse processo de desvendamento permite que as máscaras caiam e, aos poucos, você vai se acostumando com a luz do momento presente. Daí, aprende a relaxar na luz, sem querer mudar nada. Você se aproxima da natureza que te cerca e da na sua própria natureza. Você passa a viver. Essa é a transcendência da morte. Porque neste estado de percepção, você realiza que a morte é apenas um invólucro da vida. Acendemos a luz quando reconhecemos que estamos no escuro. Por mais doloroso que seja, por mais amargo que seja esse REMÉDIO, ele é necessário para que possamos nos reconectar com a vida.

Prem Baba, quando o senhor diz que não estamos acostumados com a luz do presente, quer dizer que vivemos apegados ao passado?

R: Todo nosso sistema está a serviço do medo, que se vale do fluxo do tempo psicológico, programado em nosso DNA para ser mantido. Perceba que o carcereiro é o medo e todo sistema nos leva mais fundo para a prisão. Cada vez mais apegados à matéria e reféns do medo da escassez, reprimidos sexualmente, e impedidos de relaxar no êxtase do momento presente. O passado, na verdade, são apenas memórias. E estamos atados a ele, sonhando essas memórias e supondo que isso é a vida. Memórias que projetam um futuro que também acreditamos que seja vida. Mas não é isso. Elas são apenas fantasias, imaginação. Vivemos um sonho, um grande equívoco, não é real.

Mas Prem Baba como acontece isso, como sair do sonho?

R: É raro quem acorda. Só o presente existe. Só no momento presente é que está a vida. Somente quando você se permite se sintonizar com a vida no momento presente é que você saboreia a liberdade e a simplicidade de viver. O momento presente representa uma quebra nesse fluxo psicológico do tempo. É onde você pode saborear a existência. Ou, se você preferir, Deus. Ou ainda, a realidade.

Qual é a maneira de se conectar com o presente, Prem Baba?

R: Hoje, todo o nosso sistema nos leva a dormir e a sonhar. Todas nossas redes neurais nos levam a repetir os padrões. Isso em algum momento precisa ser quebrado, o salto evolutivo é sinônimo de um descondicionamento. O novo estágio acontece quando aprendemos usar a mente. A mente identificada com o fluxo do tempo faz você acreditar que necessita de muita coisa para conseguir ter um futuro diferente. Isso faz a vida complexa e absolutamente irreal. De que você realmente precisa para ser feliz? De que você necessita para ter paz? Viver na simplicidade é se colocar no presente. De momento a momento. Para isso, se faz necessário renúncia e o desapego em um nível profundo.

Como viver a simplicidade, Prem Baba?

R: Toda essa experiência que estamos vivendo nesse ciclo do tempo é um REMÉDIO amargo para propiciar renúncia e desapego. Eu vejo a vida a favor, não contra, por mais difícil que seja algumas vezes. Quem gosta de REMÉDIO amargo? Quem gosta de reformar a casa estando dentro da casa? Acho que ninguém. Estamos tendo a chance de renovar a casa, se tivermos essa flexibilidade. Temos a capacidade de nos adaptarmos e logo teremos uma casa melhor. O que é essa revolução de consciência senão uma reforma íntima?

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