Prem Baba transmite seus ensinamentos ao redor do mundo, por meio de encontros presenciais e virtuais.
Nessa sessão você encontrará alguns de seus “satsangs”(palavra Hindi que pode ser interpretada como palestra) descritos.
Você pode filtrar por palavras chave ou temas e acessar o conteúdo transcrito.
Cristalização do ego e despertar do encantamento com a própria biografia. O reconhecimento da própria hipocrisia como o primeiro passo para o despertar. Realização dos desejos através do alinhamento entre pensamento palavra e ação. Sutilezas da mente. A espontaneidade sempre se manifesta com sabedoria e compaixão. Equanimidade não é calar diante das injustiças, mas é agir a partir de um coração amoroso. A verdadeira segurança está dentro de cada um. Funções dos mantras, bhajans, cantos védicos e das austeridades inteligentes (tapasyas). Liberação do ciclo de morte e renascimento.
Sri Prem Baba: Seguimos firmes, nos aprofundando no conhecimento e na prática. Eu os convidei para um ciclo de tapasya. Sugeri que você escolhesse uma austeridade para realizar durante esse período que antecede o Mahashivaratri, com o objetivo de fortalecer a vontade e de desembaçar o espelho da mente. Os mantras que temos feito, e mesmo os bhajans, são para abrir caminhos, abrir caminhos para a morada sagrada. Todos os dias, às 10:30h, estamos trabalhando com o canto védico, uma oração antiga muito poderosa, que tem o objetivo de quebrar algemas, desencantar a mente.
Tenho dito que estamos aqui com o objetivo de despertar, despertar de um encantamento com a sua própria história, despertar de um encantamento com a sua biografia; um desencantamento da ideia de que você é o ego. Muitas vezes, para desencantar deste sonho, você precisa entrar mais profundamente nele, com objetivo de liberar sentimentos suprimidos que estão dando sustentação para o encantamento.
Alguns precisam viver a experiência de cristalizar o ego antes de entrega-lo. Alguns precisam realizar alguns desejos antes de poder renunciar-lhes, o que pode ser uma grande armadilha do ego, porque o desejo é um poço sem fundo, mas, ao mesmo tempo, é verdade que algumas pessoas só conseguem seguir adiante quando se sentem realizadas em algumas coisas. Para isso é de grande valia você estar consciente desses seus desejos. O que é que realmente te move nesse mundo?
Eu recebi uma devota que disse para mim: “Baba, eu preciso de sua bênção, porque eu quero iniciar um negócio e eu quero ganhar muito dinheiro! Porque eu quero provar para algumas pessoas que eu sou capaz. Algumas pessoas disseram que eu não tenho capacidade de me autossustentar. Eu quero provar que eu sou! Então eu quero ganhar muito, muito, muito dinheiro! Mas eu preciso da sua bênção para isso." E eu falei: “mas para fazer um grande negócio, você precisa começar pequeno. Para você fazer uma casa, você precisa de uma fundação.” E ela falou: "Mas eu quero uma mansão, uma grande mansão!" Eu disse: “primeiro, para ter sua grande mansão, você precisa de uma fundação.” E ela: "Tá bom, eu faço, mas a questão é que eu não sei nem como começar. Eu sei que eu quero trabalhar com roupa, eu vou comprar e vender e eu preciso da sua graça para eu me realizar." E eu falei: “Tá bem, eu te dou isso”. E refleti, comigo mesmo: “quem dera todos os buscadores tivessem tanta clareza do que eles querem, seria muito mais simples”.
O que eu estou querendo te oferecer é a liberdade, é a liberação do ciclo de morte e nascimento. O que eu estou querendo te oferecer é a lembrança de quem é você. Mas eu sei que, alguns, antes de poder receber isso que eu tenho para oferecer, precisam primeiro ter algumas necessidades do ego atendidas. E não há nada de errado; o que é certo e o que é errado é algo muito relativo. Mas é muito importante você ter clareza daquilo que você quer, o que te move. Assim você emite um sinal claro para o universo. Assim você coloca a sua energia na direção da autorrealização, mesmo que, antes de chegar na autorrealização, você precise realizar desejos egoístas. Você diz assim:
Pergunta: Amado Guruji, tenho percebido em mim uma dificuldade de desejar que o outro seja feliz. Alguns dias, quando faço o mantra Prabhu Aap Jago e quando entoo que todos os seres sejam felizes, que todos os seres sejam ditosos, que todos os seres estejam em paz, sinto uma falta de sinceridade no meu coração, como se algo em mim fizesse apenas por convenção, e me sinto hipócrita.
Prem Baba: Eu fico muito feliz que você esteja podendo enxergar essa hipocrisia. Fico muito feliz que você esteja podendo, nesse momento, identificar esse egoísmo. E o egoísmo em você não quer dar nada para ninguém. O egoísmo em você quer ser feliz sozinho. Por que eu fico feliz? Porque eu sei que esse é o primeiro passo para o despertar. Significa que você deu o primeiro passo. Você só pode curar uma doença quando você a diagnosticou. Você só pode se libertar de um aspecto nocivo da sua personalidade quando você identificou.
Perceba que aqui está começando a surgir integridade. Aqui está começando a surgir honestidade. Você está começando a alinhar pensamento palavra e ação. Começou a se libertar de uma profunda contradição que te habita porque, até então, a máscara estava te levando para uma direção e você estava querendo ir para outra direção. A máscara em você quer fazer o que ela acredita que seja o certo, e o certo é rezar pelo seu irmão. O certo é você querer que seu irmão seja feliz. Mas, se você está cheio de ódio dentro de você, de que adianta essa oração? O que adianta você cantar Prabhu Aap Jago, se você está sentando sobre um saco de raiva e esse saco pode estourar a qualquer momento?
A mentira e a verdade caminham juntas. É possível que você tenha lampejos de amor e, nesses momentos de abertura, você canta, você reza pelo outro. Mas é inevitável que em algum momento você precise olhar de frente para o egoísmo e o ódio que te habitam. Uma forma de olhar de frente é investigando, inquirindo, indagando. Quem é esse outro que você não quer que seja feliz?
Lembre-se que, em última instância, o outro não existe, é uma projeção da sua mente, é uma projeção da sua história, é uma projeção de elementos da sua biografia. Quem é esse outro que você odeia? Quem é esse outro que você não quer que esteja em paz? Com quem você está brigando? De quem é que você está se vingando?
Isso significa olhar de frente. Posso dizer que esse seja um segundo passo. O primeiro foi identificar a hipocrisia. Foi você identificar que tem um eu egoísta: “Não quero que ninguém seja feliz, quero que o outro se exploda.”
Agora, o segundo passo: “quem é esse outro, que eu quero que se exploda?” Aí você começa a mapear o auto-ódio, porque esse ódio que vai para fora é apenas um desdobramento do auto-ódio. No mais profundo, é tudo com você mesmo. É você com você, é você encantado com a sua história e tentando fazer justiça com suas próprias mãos. Porque, na sua história, talvez você se sinta uma vítima, talvez você tenha sido humilhado, talvez você tenha sido maltratado e você precisa se vingar de quem te humilhou, de quem te maltratou. E sempre vai ter alguém vibrando na mesma frequência deste que te maltratou, deste que te humilhou e, às vezes, o mundo todo vibra nessa frequência. E aí você quer que o mundo acabe mesmo e só sobre você.
A desidentificação com essa personagem da história começa com a identificação. Quando você identifica que está identificado, começa a se desidentificar. Começa a se desencantar quando você pode identificar que está encantado, quando você percebe que está preso em um pacto de vingança. E aí você começa a acordar.
Às vezes a máscara diz: eu quero me realizar espiritualmente! Mas o que você quer é ter uma mansão, o que você quer é ganhar muito, muito dinheiro. É importante coerência, porque senão você acaba se confundindo.
Você vai descobrir que esse plano em que vivemos é absurdamente permissivo. Existem algumas lei. O karma é uma delas, por conta disso, você pode ter algumas limitações, mas posso dizer que são limitações relativas porque, quando você aprende a usar sua mente, você faz qualquer coisa. Quando você compreende, realmente, que tudo aquilo que se manifesta na matéria começa na mente, que aquilo que você pensa, você cria; quando você aprende a usar isso mesmo, você começa a brincar de Deus. Começa a brincar de criador.
É fácil realizar desejos. É só você colocar toda a sua energia em uma direção. Quando você quer uma coisa com todo o seu coração, isso significa pensamento palavra e ação reunidos em uma única direção, você se torna um raio de realização. Normalmente, se você não tem seus desejos atendidos, é porque você pensa uma coisa e faz outra; fala uma coisa e sente outra; a máscara te leva para um lado e a mente está indo para outro.
Esse alinhamento é fundamental, esse empoderamento do ego é uma parte natural da jornada evolutiva, você tem que ter o que entregar, você tem que ter algo para renunciar. Se você é um mendigo, você vai renunciar a que? Agora, se você é um rei, um imperador, você tem algo para renunciar. A história de Sidarta Gautama, o Buddha, sempre me encantou. Ele era um príncipe, ele tinha realmente o que renunciar, e o que ele fez foi absolutamente corajoso. Mas você tem que ter um ego para entregar e parte do processo de cristalização do ego é saber realmente o que ele quer, até que você possa realmente ter se saciado suficientemente, a ponto de querer somente Deus, a ponto de só querer mesmo liberação espiritual. Um aspecto do meu jogo é dar aquilo que você acha que você precisa para que eu possa lhe dar aquilo que você realmente precisa.
Eu digo que libertar-se das contradições é absolutamente necessário, libertar-se do auto-engano é absolutamente necessário. Veja as sutilezas de como a mente atua:
Pergunta: Guruji querido, Martin Luther King disse: o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Equanimidade é silenciar diante das injustiças?
Prem Baba: Não. Não, mas a equanimidade te impede de tratar o mal com um mal ainda maior.
Quando você estabiliza a sua mente no momento presente, você coloca o amor em ação, você coloca o amor em movimento. Caso contrário, você estará reagindo, reagindo, reagindo. Quem é em você que está reagindo? Esse em você que está querendo fazer justiça, talvez seja aquele mesmo que não quer que o outro seja feliz. Talvez esse que está lutando por uma causa social, buscando justiça social, seja aquele mesmo eu que quer que o outro se exploda. Você está querendo justiça social para quem?
A espontaneidade sempre se manifesta com sabedoria e compaixão. Antigamente, quando o ser humano amadurecia a ponto de se tornar um sadhaka, um praticante, um buscador, ele ia para os pés de um mestre e ficava ali prestando serviço, até que ele pudesse ter equanimidade suficiente para poder ir para o mundo e agir a partir desse estado de presença. Isso para evitar, justamente, criar mais karmas ruins; para evitar de se enroscar ainda mais, acreditando estar fazendo o bem. Isso em alguns casos porque, em outros casos, obviamente, a pessoa nem questiona se está fazendo o bem ou se está fazendo o mal.
A questão é que o fazer, em si, se ele não nasce do coração, ele só vai alimentar o auto-ódio. Hoje em dia as coisas mudaram, hoje o buscador passa um período junto com o mestre espiritual e vai para o mundo tentando manter essa conexão, mas ele precisa já compartilhar com o mundo o pouco que ele recebeu; sempre correndo o risco de estar reagindo ao invés de agir. Isso faz parte do jogo, isso faz parte do jogo neste ciclo do tempo. Chega um momento em que você se torna sensível, a ponto de perceber quando você está se desviando do caminho do coração. O seu corpo emite um sinal de alerta. O corpo se contrai, você sente desconforto, você sente algum desencaixe. É o corpo que te revela que existe algo desalinhado.
Equanimidade não é calar diante das injustiças, mas é agir a partir de um coração amoroso. É a única maneira de a gente interromper esse círculo vicioso, onde a gente trata o mal com um mal.
Ora, existem muitas dimensões do amor. Às vezes o amor se manifesta com firmeza, às vezes ele coloca limites. Mas essa firmeza, esse limite, não cria maus karmas, porque toda ação que nasce da presença não deixa rastros; ela te liberta ao invés de te prender.
Sim, o que eu estou te propondo é estabilizar a sua mente. Um dos significados na lua nova na cabeça de Shiva é exatamente esse estado de equanimidade e, quando você se torna equânime, você deixa de criar maus karmas.
Nesse processo, em que trabalhamos para nos tornar equânimes, precisamos lidar com outro aspecto, que é o desejo. É outro símbolo que se extrai desse símbolo sagrado que é a forma humana como o senhor Shiva se expressa; são as cinzas que cobrem o corpo, o que significa a vitória sobre o desejo. As cinzas são a última instância da matéria; quando a matéria é incinerada pelo fogo, ela se transforma em cinzas. Isso significa o fim daquela forma, as cinzas significam o fim da forma.
Shiva cobre seu corpo com cinzas, demonstrando que ele conquistou o desejo. E, para conquistar o desejo, você precisa entrar em um acordo com ele e você chega a um acordo com o desejo, tomando consciência dele. Se uma parte em você diz que deseja que o outro seja feliz, mas a outra parte diz que você não quer que o outro seja feliz, o que você quer de fato? Pelo menos nesse momento da sua vida, o que você quer de fato? Você quer realização espiritual ou realização material? Você pode perguntar: mas eu preciso realmente escolher uma coisa ou outra, não posso ter as duas? Afinal de contas, será que existe essa divisão?
Existe, dentro de você. E você dá um passo de cada vez. Então, o que você realmente quer? Deixe claro para o universo o que você quer. Assim você colabora com o universo, você ajuda o universo a te ajudar.
Nesse ciclo de austeridades, em que eu estou propondo que você se recolha, nem que seja durante algumas horas do dia, rezo para que o fruto dessa austeridade seja prioritariamente clareza. Que você possa superar as contradições que te habitam. Que você possa saber realmente aquilo que você quer nesse momento, de maneira a se mover para frente e para cima ao invés de ficar andando em círculos. Mais uma questão:
Pergunta: Baba querido, desde pequena desejava conhecer a Índia. Recebi um convite e aqui estou; porém, ao chegar aqui entrei em pânico literalmente, com vontade de voltar para casa. O choro e o desespero me dominaram. Também me sinto muito angustiada por quem ficou no Brasil, o que está contribuindo muito para esse processo que atravesso. Está muito difícil lidar com tudo isso aqui e agora.
Prem Baba: Vamos esclarecer algumas coisas. Existe um equívoco, não é difícil lidar com isso aqui e agora, está difícil lidar com essa situação, mas você não está aqui e agora. A sua mente está no túnel do tempo, está no passado, no futuro, mas não está aqui.
Eu vou dizer uma coisa que talvez te surpreenda. Problemas não existem. O que você chama de problema é uma interpretação da situação, é a sua mente interpretando uma situação. Olhando de frente para essa situação, vamos ver que você está se sentindo ameaçada, tem alguém dentro de você com medo de morrer. Tem alguém em você completamente assustado porque a situação está te levando a um lugar que você não controla e por isso você quer se segurar em coisas que você conhece e que você tem a sensação de que está controlando.
O que é esse Brasil? Quem são esses que ficaram nesse Brasil?
Perceba que são apenas referências que te dão uma sensação de que você pode controlar, pode controlar a situação. Às vezes você se sente bem na escuridão porque você acredita que você domina aquela escuridão. Em algum nível você pensa: “é a minha escuridão! Se é a minha escuridão, eu fico bem nela.”
Aqui é uma escuridão diferente, não é a sua escuridão, e você se sente ameaçado. Você diz que quer voltar para casa, mas onde é mesmo que você mora? Que casa é essa onde você busca conforto?
As ilusões precisam se desfazer. E você ouviu que aproximar-se do mestre espiritual é tudo de bom. “Eu vou experienciar o samadhi... vou ter paz, vou ter amor, afinal de contas já ouvi tantas histórias falando disso”.
E é verdade! Mas, antes de você encontrar essa paz, antes de você encontrar esse equilíbrio, você vai precisar entrar em contato com a guerra que te habita, vai precisar entrar em contato com esse desequilíbrio que te habita. Antes de poder sustentar a paz, você precisa tomar consciência dessa guerra. Antes de poder sustentar o coração aberto e dar passagem para o autêntico altruísmo, você precisa se dar conta de que seu coração está fechado e que existe um extremo egoísmo aí. A verdade pode ser extremamente desagradável. E eu sinto muito, de verdade. Sinto muito, de verdade. Eu sinto muito pelo fato de o ser humano ter que sofrer para crescer; sinto muito por essas dores, que são as dores do crescimento. Mas é assim que funciona aqui, pelo menos até agora.
Daqui a pouco você vai aprender a ficar bem em qualquer lugar. Daqui a pouco você vai aprender a ficar bem no céu e no inferno, porque esse inferno é só uma ideia, uma criação da mente. A dualidade é uma projeção da mente. Tudo é Deus, tudo é o Um. É o que você descobre quando acorda do sonho, do sonho da dualidade.
Portanto, já que você chegou até aqui, sugiro que você tente um pouquinho mais. Claro que somente você sabe o quanto o calo está apertando no pé. Só você sabe o quanto está doendo e se precisa voltar. Voltar para o seu Brasil, para os seus Estados Unidos, para sua Suíça. Para o nome que você quiser dar para esse lugar onde você se sente seguro. Mas a minha sugestão é você tentar mais um pouco para que você possa bater na porta do salão da verdade, perguntando quem sou eu? O que eu estou fazendo aqui? O que eu estou fazendo aqui?
A gente acha que controla alguma coisa, né? É um outro aspecto da ilusão.
Está aqui o Anil para nos ajudar a lembrar isso. Ele estava bem e de um dia para o outro teve um AVC. O que é segurança? A gente acredita que está seguro em algum lugar.
Uma vez eu li uma história: um homem foi a uma vidente jogar tarô para saber seu futuro. E aí saiu que ele ia morrer afogado. Esse homem foi tomado por um grande medo e ele não podia se imaginar chegando perto de uma cidade que tinha mar. O medo foi crescendo nele e ele não saia mais de casa. Um dia ele foi lavar o quintal, escorregou, caiu com a cabeça no balde e morreu afogado no balde.
É uma história bobinha, mas valiosa! E onde está a verdadeira segurança? A verdadeira segurança está dentro de você, não está em um lugar. Você acredita que está seguro em um lugar que você conhece, isso é uma grande ilusão. Segurança é você alinhando com o dharma. Segurança é você alinhado com o dharma.
Ok, vamos seguir nossa jornada. Rezo para que você siga firme na sua austeridade, que possa ter cada vez mais clareza, que possa ter cada vez mais compreensão da sua jornada.
Antes de eu me despedir, tem aqui uma questão prática que eu sinto que sou eu mesmo que preciso responder:
Pergunta: Querido Prem Baba, ontem no Ashram um swami me pediu dinheiro porque estava indo a um casamento. Eu não dei porque me lembrei de você e do Maharaji dizendo: por favor, não dê dinheiro para as pessoas no Asharm. Por favor, pode falar sobre isso?
Prem Baba: Primeiro, um swami não vai te pedir dinheiro. Mas é possível, sim, que as pessoas do Ashram ou pessoas que estejam circulando no Ashram te peçam dinheiro e eu realmente digo novamente, por favor não dê dinheiro para as pessoas que te pedem. Traga as suas contribuições para mim, diretamente aqui para mim, e eu faço a distribuição. Porque nós estamos tentando eliminar distorções que podem ocorrer dentro do Ashram e uma das distorções é exatamente em relação ao dinheiro.
Aqui é um lugar para a gente encontrar o Divino, aqui é um lugar para as pessoas receberem a graça do Maharaji, e não para lidar com questões de natureza material. As questões materiais que surgem precisam ser resolvidas pelas pessoas que estão incumbidas daquele seva.
As pessoas do Ashram que estão precisando de dinheiro precisam resolver isso com os administradores do Ashram, que é para evitar abrir a porta para o vício de ficar pedindo dinheiro. Houve uma época em que isso estava muito presente aqui, toda hora tinha alguém pedindo dinheiro. Por isso eu disse essa história acabou mesmo, não dê dinheiro. Estamos trabalhando para que todas as necessidades das pessoas que estão servindo aqui sejam atendidas. As necessidades são muitas, óbvio, o Ashram é vivo e ele está operando durante todo o ano, tem a escola em torno de 300 crianças, a gente alimenta os sadhus, os pedintes. Tudo isso, obviamente tem um custo, mas a gente acredita que Deus cuida.
Na medida em que você sente, você contribui e o dinheiro se destina ao que é necessário, mas sem alimentar distorções, sendo que uma delas é esse peditório de dinheiro.
Algumas pessoas vêm para o Ashram, não para rezar, mas para tentar resolver problemas materiais; nós estamos tentando alinhar isso. Isso é um trabalho para a administração do Ashram e eu estou colaborando, ok?
Abençoado seja cada um de vocês. Que o amor e a sabedoria iluminem cada parte da sua jornada.
Até um próximo encontro.
NAMASTE